Os líderes ocidentais e do Médio Oriente apelam a ambas as partes para que não se envolvam numa escalada após os ataques de retaliação de Israel contra o Irão na madrugada de sábado.
Reação dos líderes europeus
O chanceler alemão Olaf Scholz reagiu aos ataques aéreos de Israel contra o Irão na madrugada de sábado, publicando no X: "A minha mensagem para o Irão é clara: não podemos continuar com reações de escalada maciça. Isto tem de acabar já".
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês instou "todas as partes a absterem-se de qualquer escalada e ação que possa agravar o contexto extremamente tenso na região". A situação no Médio Oriente foi discutida numa conversa telefónica entre o presidente francês Emmanuel Macron e o chefe de Estado egípcio Abdel-Fattah al-Sisi, segundo um comunicado da presidência egípcia citado pela agência Xinhua.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou à "máxima contenção".
Entretanto, em Washington, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Sean Savett afirmou que os EUA instam o Irão "a cessar os seus ataques a Israel, para que este ciclo de combates possa terminar sem uma nova escalada".
Segundo Israel, os ataques aéreos foram uma resposta à barragem de mísseis balísticos que a República Islâmica disparou contra o país no início do mês.
Os militares israelitas afirmaram que os seus aviões visaram instalações que o Irão utilizava para fabricar mísseis disparados contra Israel, bem como locais de mísseis terra-ar. Não houve qualquer indicação imediata de que tivessem sido atingidas instalações petrolíferas ou de mísseis - ataques que teriam marcado uma escalada muito mais grave - e Israel não fez qualquer avaliação imediata dos danos.
Reação dos líderes regionais
A Arábia Saudita foi um dos vários países da região a condenar o ataque, considerando-o uma "violação da soberania do Irão e uma violação das leis e normas internacionais".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do reino disse rejeitar a escalada na região e "a expansão do conflito que ameaça a segurança e a estabilidade dos países e povos da região".
Os Emirados Árabes Unidos "condenaram veementemente" os ataques, de acordo com um comunicado do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A Turquia acusou Israel de ter "colocado a nossa região à beira de uma guerra maior", na sequência dos seus ataques ao Irão.
"Pôr fim ao terror criado por Israel na região tornou-se um dever histórico em termos de estabelecimento da segurança e da paz internacionais", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
Apelou também à comunidade internacional para que tome "medidas imediatas para fazer cumprir a lei e travar o governo de Netanyahu".
O Hamas, apoiado pelo Irão, considerou o ataque "uma escalada que visa a segurança da região e a segurança do seu povo".
O líder da oposição israelita afirmou que os ataques ao Irão não foram suficientemente longe. Yair Lapid criticou a decisão de evitar "alvos estratégicos e económicos" no ataque. "Podíamos e devíamos ter exigido um preço muito mais elevado ao Irão", escreveu Lapid no X.
Parlamento português rejeita considerar MNE israelita persona non grata
Em Portugal, a Assembleia da República rejeitou uma recomendação proposta pelo Bloco de Esquerda para considerar o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, como persona non grata, depois de este ter atribuído esse mesmo estatuto ao secretário-geral da ONU António Guterres.
A proposta do BE foi chumbada com os votos contra do PSD, PS, Chega, IL e CDS-PP e votos favoráveis dos restantes partidos.
Guterres mostrou-se "alarmado" com os últimos desenvolvimentos e disse "condenar qualquer ato de escalada" neste conflito.
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