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1.000 dias de invasão da Ucrânia: esta guerra não é só de Putin?


 

A oposição russa organizou uma marcha de protesto em direção à embaixada russa em Berlim para assinalar os 1000 dias de guerra na Ucrânia, deixando alguns ucranianos com sentimentos contraditórios.

Mil dias após o início da guerra na Ucrânia, a raiva dos ucranianos contra os russos está a aumentar e muitos acreditam que estes não estão a fazer o suficiente para travar a guerra.

Yulia Navalnaya, Ilya Yashin e Vladimir Kara-Murza, ativistas da oposição russa, organizaram uma marcha contra a guerra em Berlim para assinalar a ocasião, mas os participantes tinham sentimentos contraditórios.

"Os russos e os companheiros de Putin não são a mesma coisa", diz Sergei, um russo que veio à marcha anti-guerra para mostrar o seu protesto contra a guerra na Ucrânia. Segundo ele, esta é a guerra de Putin e não a dos russos.

"A propaganda do Kremlin está a tentar fazer tudo para associar toda a nação a esta organização terrorista que tomou o poder no país", diz Sergei.

Está convencido: "Não se trata de nacionalidades, de todo. Vladimir Putin e os seus bandidos estão a tentar fazer disto um conflito nacional de todas as formas possíveis. Mas, na realidade, trata-se apenas de uma organização terrorista, ele é apenas um bandido e nada mais".

"É absolutamente injustificável. Uma guerra que já vai no seu terceiro ano e ainda há pessoas a morrer. É uma carnificina. É óbvio", diz Sergei.

No entanto, muitos ucranianos dizem que é errado culpar apenas o presidente russo Vladimir Putin e consideram que existe uma responsabilidade coletiva da população russa pela guerra.

Lidia, que é originária da Ucrânia, inicialmente não queria vir à marcha contra a guerra organizada por ativistas da oposição russa, mas o marido convenceu-a.

"Se as pessoas são contra a guerra, eu apoio", diz. No entanto, na sua opinião, os russos devem assumir a responsabilidade pela guerra, que Lidia diz não terem conseguido evitar.

"Dizem que não se trata de uma culpa coletiva. Como é que não é coletiva? São tantos. Podiam ter derrubado o regime, mas não saíram para a rua. Não fizeram nada", disse Lidia.

Manifestantes carregam bandeiras russas

Durante a marcha, as pessoas apareceram com diferentes bandeiras. Alguns cobriram-se com bandeiras ucranianas, outros trouxeram bandeiras brancas e azuis, simbolizando a oposição à invasão russa da Ucrânia.

No entanto, algumas pessoas vieram para os protestos com a bandeira nacional da Federação Russa. Enquanto alguns russos dizem que se recusam a entregar a sua bandeira nacional a Putin, a bandeira é, para muitos ucranianos, um sinal de puro terror.

"Não gosto mesmo nada da bandeira tricolor", diz Lidia. "Posso dizer, inequivocamente, que o tricolor se destruiu a si próprio. Vir a esta marcha com o tricolor era como usar a bandeira de Hitler, era completamente errado. Não se pode sair com uma bandeira fascista", explica Lidia.

"Se lhes era tão cara, os russos deviam tê-la defendido desde 2022".

'A nossa guerra não é a nossa'

Durante a marcha, um grupo de ucranianos reuniu-se em frente à embaixada russa. Criticam a falta de responsabilidade da comunidade russa.

Halina, uma refugiada ucraniana a viver na Alemanha, não acredita que a guerra seja apenas culpa de Putin. Está zangada porque não vê qualquer sinal de apoio por parte da comunidade russa.

"Organizámos a nossa manifestação contra os liberalistas russos, que não estão aqui a fazer nada. Não estão a apoiar os ucranianos de forma alguma. Hoje sinto-me muito, muito zangada com os russos e com o seu desejo de se desligarem de Putin, apesar de também serem responsáveis pela guerra na Ucrânia", considera Halina.

"Vivendo na Alemanha há dois anos, esta é a primeira vez que vejo russos a marchar contra a 'guerra de Putin', apesar de ser a guerra deles", afirma.

"Não é a nossa guerra" é um argumento comum que os líderes da oposição repetem. No entanto, o ativista russo Vladimir Kara-Murza, que passou dois anos e meio numa prisão russa por se opor à guerra na Ucrânia, diz estar orgulhoso do movimento de resistência na Rússia.

"Estou orgulhoso do facto de tantos dos nossos concidadãos russos se terem manifestado publicamente contra a guerra de agressão na Ucrânia desde fevereiro de 2022", afirma Kara-Murza.

"Muitos à custa da sua liberdade pessoal. Atualmente, temos um número recorde de presos políticos. Há mais presos políticos na Rússia do que em toda a União Soviética em meados da década de 1980. E a categoria de presos políticos russos que está a crescer mais rapidamente é a dos cidadãos russos que se manifestaram publicamente contra a guerra de agressão de Putin na Ucrânia. E este facto deixa-me orgulhoso", afirmou o ativista da oposição.

"Não nos esqueçamos que tudo começou na primavera de 2014. E há quase três anos, começaram uma invasão em grande escala, o maior conflito militar na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial", diz Kara-Murza.

"E durante todo este tempo, a propaganda do Kremlin está a tentar fingir que todos os russos apoiam esta guerra de agressão, que todos os russos apoiam este regime, que todos os russos apoiam a operação imperialista de Putin. Como prova disso, manipularam os resultados das eleições", afirma.

Para Kara-Murza, a marcha anti-guerra é uma prova genuína de que os russos se opõem à guerra. "Podem falsificar as eleições e os números das sondagens de opinião que quiserem. Mas não se pode fingir o que estamos a ver aqui hoje. É apenas um mar de rostos humanos, de russos, de cidadãos russos que vêm aqui dizer 'esta guerra não é nossa'.

A marcha pela paz contra a guerra na Ucrânia pode ter sido o primeiro passo coletivo dado pela comunidade russa no sentido de um protesto ativo contra a guerra na Ucrânia. No entanto, muitos ucranianos concordam que não se pode ficar por aqui. É preciso fazer mais.

Credito: Euronews



Ukrainians in Berlin demand Russians acknowledge responsibility for 'Putin's war'



Russian opposition figures organised a march to the Russian embassy in Berlin to mark 1,000 days of the war in Ukraine — and some of the city's Ukrainian residents had mixed feelings.

1,000 days after Russia's full-scale invasion of Ukraine, the anger many Ukrainians feel towards Russians is growing, with many convinced that not enough is being done on their part to stop the war.

Russian opposition activists Yulia Navalnaya, Ilya Yashin and Vladimir Kara-Murza organised a march against the war in Berlin to mark the 1,000-day anniversary, and the demonstrators who joined it expressed mixed feelings.

"Russians and Putin's allies are not the same thing,” says Sergei, a Russian who joined the anti-war march. According to him, the conflict is Putin’s war, not a war fought on behalf of the Russian people.

“The Kremlin's propaganda is trying to do everything to associate the whole nation with this terrorist organisation that has seized power in the country," said Sergei.

In fact, he is convinced that "it's not about nationalities at all".

"Vladimir Putin and his bandits are trying to make a national conflict out of it in every possible way," he adds. "But in fact, it is just a terrorist organisation, he is just a bandit and that's all it is. It can absolutely not be justified. The war is now in its third year and people are still dying. It's just butchery. It's obvious."

Nevertheless, many Ukrainians say it is wrong to blame Putin alone; instead, they point to the collective responsibility of Russia's population. 


Lidia, who is originally from Ukraine, initially did not want to attend the anti-war march organised by Russian opposition activists, but her husband convinced her otherwise.

“If people are against the war, I support this,” she says. However, she also believes Russians should take responsibility for the war, which she says they have failed to prevent or stop.

"They are saying that it is not collective guilt. How is it not collective? There are so many of them. They could have overthrown the regime, but they have not taken to the streets. They did nothing," she says.

In 2014, large crowds took to the streets in Russia to protest against the illegal annexation of Crimea. Protests in the country were still relatively frequent until 2020, but have since been largely crushed.

The Kremlin represses its citizens using the special military police unit OMON, police militia and arrests, all of which have now become the norm.

'Not our war'

Some of the Berlin marchers draped themselves in Ukrainian flags, while others brought white-blue-white flags representing opposition to the Russian invasion. But some people came to the protest carrying the national flag of the Russian Federation.

While some Russians say they do so in refusal to surrender their national flag to Putin, many Ukrainians see it as a symbol of terror.

"I certainly don't like the tricolour," says Lidia. "I can unequivocally say that the tricolour has destroyed itself. Coming to this march with the tricolour is like bearing Hitler's flag, it is just utterly wrong. You cannot come out with a fascist flag," she explains.

"If it was so dear to them, Russians should have defended it starting in 2022."

Meanwhile, a group of Ukrainians gathered in front of the Russian embassy criticised the lack of accountability within the Russian community. 

Halina, a Ukrainian refugee living in Germany, does not believe the war is only Putin’s fault, and says she sees no sign of support from the Russian community.

"We organised our demonstration against Russian liberals who are here doing nothing. They are not supporting Ukrainians at all," she tells Euronews. "Today I feel very, very angry at Russians and their wish to disconnect themselves from Putin, because the war in Ukraine is also their responsibility."

"I've lived in Germany for two years and this is the first time I see Russians doing a march against 'Putin's war' even though it is their war." 

'You cannot fake what we are seeing here today'

The "not our war" argument is common among prominent opposition leaders. Russian activist Vladimir Kara-Murza, who spent two and a half years in a Russian prison for opposing the war in Ukraine, says he is proud of the resistance movement in Russia.

"I am proud of the fact that so many of our fellow Russian citizens have publicly spoken out against the war of aggression in Ukraine since February 2022," says Kara-Murza.

"Many have done so at the cost of their personal freedom," he points out. We have a record number of political prisoners today. There are more political prisoners in Russia today than in the whole of the Soviet Union in the mid-1980s. And the fastest-growing category of Russian political prisoners are Russian citizens who have publicly spoken out against Putin's war of aggression in Ukraine. And this fact makes me proud."

"Let's not forget, it started in the spring of 2014. And almost three years ago, they began a full-scale invasion, the largest military conflict in Europe since the end of the Second World War."

For Kara-Murza, the anti-war march is evidence that many Russians do in fact oppose the war.

"All this time, the Kremlin's propaganda is pretending that all Russians support this war of aggression, that all Russians back this regime, and that all Russians back Putin's imperialist operation," he says. "To prove this, they rigged the election results."

"You can fake elections and whatever opinion poll numbers you want. But you cannot fake what we are seeing here today. Just a sea of human faces, of Russians, of Russian citizens who are coming here to say 'this is not our war'."

The march against the war in Ukraine may have been the first collective step the Russian community in Berlin has taken to actively protest against the conflict — but as far as many Ukrainian people in the city are concerned, a a demonstration against Putin is far from enough.

Credito: Euronews


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