Os Estados Unidos estimaram em 10.000 o número de soldados norte-coreanos na Rússia. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou que, embora as tropas norte-coreanas tenham sido enviadas para Kursk, ainda não participaram em quaisquer hostilidades.
A administração Biden afirmou que cerca de 8000 soldados da Coreia do Norte estão agora na Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, e preparam-se para ajudar o Kremlin a lutar contra as tropas ucranianas nos próximos dias.
O novo número representa um aumento dramático em relação ao dia anterior, quando o Secretário de Estado da Defesa, Lloyd Austin, apenas disse que "algumas" tropas se tinham deslocado para a fronteira com a Ucrânia na região de Kursk, onde as forças de Moscovo têm lutado para fazer recuar uma incursão ucraniana.
Isto significa também que a maior parte das tropas norte-coreanas que os EUA e os seus aliados dizem ter sido enviadas para a Rússia estão agora na fronteira Rússia-Ucrânia.
"A participação da RPDC [Coreia do Norte] em combate contra a Ucrânia seria uma expansão alarmante do conflito. O destacamento de tropas da RPDC na Rússia já marca uma expansão perigosa dos laços entre a Rússia e a RPDC", afirmou Robert A. Wood, embaixador-adjunto dos EUA nas Nações Unidas, numa sessão do Conselho de Segurança.
"As ações da Rússia em relação à RPDC não só são perigosas, como são contrárias à sua responsabilidade como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. A cooperação militar da Rússia com a RPDC viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que proíbem tanto a aquisição de armas da RPDC como o fornecimento de treino militar."
Os EUA estimam que um total de 10.000 soldados norte-coreanos se encontra na Rússia. Seul e os seus aliados afirmaram que o número aumentou para 11.000, enquanto a Ucrânia aumentou o número para 12.000.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmou que, embora as tropas norte-coreanas tenham sido enviadas para Kursk, ainda não participaram em quaisquer hostilidades.
"Já se encontram na região de Kursk. Vão utilizar estas tropas. É claro que estas pessoas vão morrer. É claro que vão tentar fazer tudo para que morram mais soldados norte-coreanos, o que significa que vão fazer avançar mais soldados do que a Rússia", afirmou numa entrevista ao canal de televisão sul-coreano KBS.
Aprofundamento das relações
A decisão da Coreia do Norte de aprofundar as suas relações com a Rússia suscitou preocupações em todo o mundo sobre a forma como a guerra poderá ser alargada e sobre a ajuda militar russa que será fornecida em troca.
A presença das tropas norte-coreanas poderá desestabilizar ainda mais a região da Ásia-Pacífico e alargar a guerra de Moscovo contra a Ucrânia.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Cho Tae-yul, condenou o destacamento "nos termos mais fortes possíveis" e apelou à retirada imediata das tropas.
As acções beligerantes da Coreia do Norte não só colocam o continente europeu como também a península coreana sob ameaça e Seul concorda "em tomar as medidas necessárias em conformidade", afirmou.
Entretanto, o diretor do Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento disse ao Conselho de Segurança que tanto a Rússia como a Ucrânia continuaram a receber armas, munições e outras formas de assistência militar de outros países, alimentando os combates.
"Relatórios recentes referem também a presença de pessoal militar de terceiros na Federação Russa para ajudar nas operações militares contra as forças ucranianas. Exortamos todas as partes envolvidas a absterem-se de quaisquer medidas que possam conduzir a um novo alastramento e intensificação da guerra", afirmou Adedeji Ebo.
Credito: Euronews
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