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Jaqueline Gimenez condenada a 17 anos de prisão por envolvimento em atos golpistas

 


Mais um absurdo! A dona de casa Jaqueline Gimenez, condenada a 17 anos de prisão pelos atos de 8 de janeiro, está há cinco meses sem contato com seu advogado, que reside no Distrito Federal. Jaqueline, que é de Juiz de Fora, Minas Gerais, encontrou-se pela última vez com seu advogado em 23 de maio deste ano.


A distância inviabiliza reuniões presenciais, mas isso poderia ser solucionado com encontros virtuais, que, no entanto, só são autorizados para advogados inscritos na OAB/MG. Essa restrição impede que o advogado de Jaqueline converse com ela virtualmente.


Devido a essa burocracia, advogados que não estão registrados na seccional de MG precisam se deslocar pessoalmente para conversar com seus clientes ou terceirizar o serviço, o que torna o acesso ao advogado algo caríssimo para Jaqueline e sua família.


O advogado solicitou que Jaqueline cumpra pena em regime domiciliar, como é seu direito, devido às condições de saúde e por ter dois filhos menores de doze anos, mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes.


O ministro, mais uma vez, desconsidera precedentes do próprio Supremo, que autoriza mães de filhos pequenos a cumprirem penas em regime domiciliar. Moraes já havia negado o mesmo direito a Débora Rodrigues, que segue presa há mais de um ano por ter escrito "Perdeu, mané" na estátua do Supremo.


A postura punitivista e rigorosa de Moraes com os réus do 8 de janeiro contrasta com a de Gilmar Mendes em casos de corrupção e crimes de colarinho branco, como na Lava Jato.


Gilmar Mendes concedeu prisão domiciliar à esposa de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, condenada por lavagem de dinheiro e envolvimento nos esquemas de corrupção do marido, justamente por ela ser mãe de crianças pequenas.


Gilmar Mendes chegou a escrever em sua decisão que a prisão de mulheres grávidas ou com filhos sob seus cuidados é "absolutamente preocupante" e que a pena não pode se tornar uma "punição excessiva" para a mulher ou para a criança.


Quando se trata dos réus do 8/01, entretanto, nem Gilmar nem Moraes demonstram preocupação com os filhos das presas políticas, que sofrem com a "punição excessiva" de um STF tigrão com pessoas comuns, mas tchutchuca com políticos e empresários acusados de corrupção.


Segundo a defesa, as evidências contra Jaqueline se resumem a fotos dela em prédios públicos já danificados. Mesmo assim, Moraes a condenou por “associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça”, alegando que, em vídeos e imagens, ela “aparece em postura de claro apoio ao movimento”.


De acordo com o marido de Jaqueline, o caminhoneiro Wanderson Freitas da Silva, ela sofre por ver seus filhos crescendo longe da mãe. Essa é apenas uma das milhares de famílias afetadas pelos acontecimentos de 8/01, que clamam por ajuda diante dos abusos cometidos pelo STF.


Provavelmente, se Jaqueline fosse traficante, homicida ou estivesse envolvida em casos de corrupção, receberia um tratamento mais favorável ou já estaria solta. Mas, como participou dos atos de 8/01, segue presa e é submetida a todo tipo de sofrimento nas mãos do STF, que continua anulando processos da Lava Jato e suspende multas bilionárias de empreiteiras que admitiram envolvimento em corrupção.


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