A eleição de Trump para a Casa Branca pode ajudar a aproximar as correntes populistas de direita de ambos os lados do Atlântico, embora prossigam objetivos diferentes.
Os líderes europeus felicitaram Donald Trump pelo sucesso nas eleições presidenciais dos EUA, mas os mais entusiastas foram os políticos de extrema-direita. Grupos populistas do Velho Continente, como os de Viktor Orban, Giorgia Meloni, Marine Le Pen, Geert Wilders ou ainda André Ventura podem ver esta eleição como uma vitória das suas ideias, o que os pode levar a endurecer ainda mais a retórica.
Diz Javier Carbonell, analista no Centro de Política Europeia: "A vitória de Trump terá consequências para a extrema-direita na UE. Em primeiro lugar, sabemos que existem efeitos colaterais nos eleitores que sentem que a extrema-direita está mais normalizada ou que se sentem mais felizes em votar neste tipo de partidos. Isto irá, naturalmente, aumentar o poder que estes partidos têm em toda a União Europeia".
O sucesso da extrema-direita nas eleições europeias de junho e o regresso de Donald Trump à Casa Branca marcam uma forma de sincronização política nos dois lados do Atlântico. No entanto, há limites para a comparação, uma vez que os partidos populistas europeus utilizaram estratégias diferentes.
Diz Sophie Pornschlegel, diretora-adjunta do think tank Europe Jacques Delors: "Vimos isso particularmente durante as eleições europeias, ou mesmo antes, quando o Rassemblement National seguiu uma estratégia de desdemonização e tentou ganhar mais posições no centro do eleitorado, enquanto, por exemplo, a AfD (na Alemanha) se tornou muito mais radical do que era antes. Houve, portanto, algumas diferenças entre estes partidos de extrema-direita".
Estas vozes dos dois lados do Atlântico estão unidas na luta contra a imigração, ataques aos direitos das minorias e na imagem de um líder forte. No entanto, a aproximação pode vir a revelar-se puramente ideológica. O próximo Presidente dos Estados Unidos pretende, acima de tudo, defender os interesses norte-americanos e não os dos aliados.
Credito: Euronews
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