A União Europeia está em pé de guerra com a ameaça tarifária de Donald Trump. O chanceler alemão Olaf Scholz e alguns eurodeputados apelaram à unidade.
A tensão subiu de tom depois de Donald Trump ter anunciado a aplicação de direitos aduaneiros de 25% sobre o alumínio e o aço. A Comissão Europeia reagiu no calor do momento, anunciando que estavam a ser preparadas medidas de retaliação.
"As tarifas injustificadas impostas à UE não ficarão sem resposta - desencadearão contramedidas firmes e proporcionais", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentando que "a UE agirá para salvaguardar os seus interesses económicos".
Falando ao Parlamento Europeu, o comissário do comércio Maroš Šefčovič anunciou: "Estamos atualmente a avaliar o alcance das medidas anunciadas durante a noite e responderemos de forma firme e proporcional através de contramedidas".
A União Europeia poderia responder com tarifas específicas sobre o alumínio e o aço dos EUA, como fez em 2018, quando a administração Trump já tinha visado as importações europeias. Pode também escolher uma amostra de outros produtos para tributar.
O chanceler alemão Olaf Scholz, cujo país é particularmente visado pelas ameaças de Trump à indústria automóvel alemã, reagiu apelando à solidariedade europeia.
"Beneficiamos da Europa como nenhum outro país. Somos o maior país exportador. Se a UE for visada pelas tarifas dos EUA, como já acontece com o aço e o alumínio, então estamos mais dependentes da solidariedade europeia do que qualquer outro país".
No Parlamento Europeu, alguns eurodeputados apelaram também à unidade perante o que parece ser o início de uma guerra comercial.
"A UE deve manter-se unida", afirmou Jörgen Warborn, acrescentando que "a fragmentação irá enfraquecer o nosso processo". No entanto, o deputado do Partido Popular Europeu advertiu que as negociações com os americanos devem continuar. "Temos uma caixa de ferramentas de defesa comercial bem desenvolvida", mas esta deve ser utilizada "apenas depois de as negociações terem falhado", afirmando que "uma guerra comercial olho por olho não nos vai beneficiar".
Iratxe García, eurodeputada socialista, afirmou que as medidas de retaliação devem visar "parte da economia dos EUA" e que "Trump escolheu o caminho errado".
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