Responsáveis russos e deputados da Duma reagiram de forma dura às palavras do presidente ucraniano.
Moscovo não tenciona negociar a troca dos territórios na região russa de Kursk controlados pelas forças ucranianas pelos territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia.
Comentando a proposta do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy numa entrevista ao jornal britânico The Guardian, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, afirmou: "Na região de Kursk, os neonazis que lá operam estão à espera de territórios sem qualquer troca com uma área de cerca de um metro por dois e um metro e meio de profundidade. Zelensky faz tais declarações para esconder a verdadeira dimensão do desastre para as forças ucranianas nesta direção", disse Zakharova.
A Duma reagiu de forma ainda mais incisiva, citando "As Doze Cadeiras", de Evguéni Petrov e Iliá Ilf: "A negociação é inadequada neste caso".
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy anunciou planos para propor, nas conversações de paz com a Federação Russa, a troca de parte da região de Kursk, controlada pela Ucrânia, por parte do território ucraniano anexado pela Rússia.
"Vamos trocar um território por outro", disse Zelenskyy, referindo que não sabia que parte do território ucraniano anexado pela Rússia iria pedir em troca. "Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há nenhuma prioridade", disse.
Zelenskyy diz que está pronto para negociar com a Rússia, mas quer que Kiev fale com Moscovo a partir de uma posição de força. Na entrevista, disse ainda que ofereceria às empresas americanas contratos de reconstrução e incentivos ao investimento. De acordo com os meios de comunicação social, Zelenskyy tentará assim convencer o presidente dos EUA, Donald Trump, a sentar-se à mesa das negociações e a pôr fim à guerra.
Zelenskyy também criticou a proposta de que apenas os países europeus devem fornecer garantias de segurança à Ucrânia. "Há vozes que dizem que a Europa poderia oferecer garantias de segurança sem os americanos, e eu digo sempre que não. As garantias de segurança sem os EUA não são verdadeiras garantias de segurança", afirmou o líder ucraniano.
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