O anúncio da nação báltica surge semanas depois de o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ter afirmado que os aliados da NATO devem gastar pelo menos 5% do PIB na defesa.
A Lituânia vai aumentar as suas despesas com a defesa para 5% a 6% do PIB a partir de 2026, devido à ameaça de agressão russa na região, disse na sexta-feira o presidente da nação báltica, Gitanas Nausėda.
O Conselho de Defesa do país tomou uma "decisão histórica" na sexta-feira para atingir esse nível de despesa de 2026 a 2030.
"A possibilidade de uma agressão militar russa continua a ser real, mas não iminente. Precisamos de aumentar os nossos esforços para reforçar significativamente a defesa e a dissuasão, dedicando mais recursos para este fim", disse Nausėda numa conferência de imprensa em Vilnius, capital da Lituânia.
O país membro da NATO e da UE, que faz fronteira com a Rússia e a sua aliada Bielorrússia, gasta atualmente pouco mais de 3% do PIB na defesa.
Atingir o objetivo de 5% faria da Lituânia o país da NATO que mais gasta com a defesa em percentagem do seu PIB. O atual líder é a Polónia, que gasta mais de 4% do seu PIB com a defesa e deverá aproximar-se dos 5% até ao final do ano.
O anúncio da Lituânia surge depois de, este mês, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ter apelado aos aliados da NATO para que aumentassem as despesas com a defesa para 5% do PIB - um nível atualmente inigualável para qualquer membro da aliança militar - em vez dos atuais 2%.
Durante anos, Trump manifestou ceticismo em relação à NATO, questionando abertamente o valor da aliança que definiu a política externa dos EUA durante décadas e, mais recentemente, ameaçando não defender os membros que não cumprissem os objetivos de despesa com a defesa.
A reação dos líderes europeus da NATO aos comentários de Trump foi mista, com alguns a sublinharem a dificuldade de gastar tanto na defesa, enquanto outros - em especial os da frente oriental da NATO, que se sentem mais vulneráveis - apoiaram a ideia.
"A nossa segurança também é garantida pela nossa adesão à aliança da NATO, mas só será eficaz se estivermos preparados para nos defendermos", disse Nausėda.
Falando na conferência de imprensa ao lado do presidente Nausėda, o ministro da Defesa Dovilė Šakalienė disse que a despesa adicional iria para pagamentos antecipados de tanques Leopard, sistemas de defesa aérea e outros equipamentos, o que ajudará a acelerar as entregas.
Šakalienė pertence a um novo governo de centro-esquerda que tomou posse no ano passado, prometendo fazer da segurança uma prioridade fundamental para a pequena nação de pouco menos de três milhões de habitantes. No mês passado, o governo aumentou o seu limite de endividamento internacional para poder pedir dinheiro emprestado para investimentos na defesa.
Os membros da NATO aumentaram as despesas com a defesa após a invasão total da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. No final do ano passado, 24 dos 32 países da NATO tinham cumprido o objetivo de gastar 2% do PIB, em comparação com apenas sete países em 2018.
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