📸 Ministério da Defesa da Ucrânia/Legenda da foto,Ataque atingiu a região de Dnipropetrovsk
A Rússia lançou o seu maior ataque único com drones contra Ucrânia na noite de sábado (22/2), segundo informações das autoridades ucranianas.
Yuriy Ignat, porta-voz do Comando da Força Aérea da Ucrânia, afirmou neste domingo (23/2) que um "recorde" de 267 drones russos foram lançados em um único ataque coordenado.
Desses, 138 foram interceptados pela defesa aérea, enquanto 119 desapareceram dos radares após serem bloqueados e não causaram danos.
Não está claro quantas pessoas morreram, mas números iniciais dos serviços de emergência sugerem que há pelo menos três mortos - duas delas na cidade de Kherson e outra em Kryvyi Rih.
Os drones causaram danos em cinco regiões: Dnipro, Odessa, Poltava, Kiev e Zaporizhzhia.
O ataque ocorre na véspera do terceiro aniversário da guerra, na segunda-feira (24/1).
O ministério da Defesa da Rússia também afirmou neste domingo que destruiu 20 drones ucranianos lançados em direção ao país no sábado.
Na sexta-feira (21/1), 12 civis ucranianos foram mortos em dia de ataques russos, nos quais residências e instalações de infraestrutura foram atingidas
Após o ataque deste sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda aos países estrangeiros.
"Precisamos da força de toda a Europa, dos EUA e de todos que buscam uma paz duradoura", disse Zelensky neste domingo.
"Todos os dias, nosso povo enfrenta o terror aéreo. Na véspera do terceiro aniversário da guerra em grande escala, a Rússia lançou 267 drones de ataque contra a Ucrânia - o maior ataque desde que os drones iranianos começaram a atacar cidades e vilarejos ucranianos", escreveu o presidente.
Segundo Zelensky, apenas na última semana, 1.150 drones, 1,4 mil bombas aéreas guiadas e 35 mísseis foram lançados.
📸 Serviço de Emergência da Ucrânia/Via Reuters/Legenda da foto,Em Kryvyi Rih, uma pessoa morreu
Os recentes ataques aconteceram após dias de forte turbulência política, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir iniciar negociações de paz com a Rússia sem a participação da Europa, nem sequer da própria Ucrânia.
A abordagem gerou mal-estar com líderes europeus e desavenças com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que chegou a ser chamado de "ditador" por Trump no início da semana.
O correspondente da BBC em Kiev, James Waterhouse, analisa que os grandes ataques com drones são uma tática russa projetada para aterrorizar a população civil, pressionando os ucranianos a quererem o fim da guerra, independentemente dos termos.
Zelensky disposto a deixar a presidência

Em uma coletiva de imprensa neste domingo após os ataques massivos da Rússia, Volodymyr Zelensky disse que estaria disposto a "abrir mão" da presidência do país em troca da paz.
"Se for necessário que eu deixe este cargo, estou pronto para isso, e também posso trocá-lo pela adesão da Ucrânia à Otan", disse Zelensky, referindo-se à aliança militar dos países da Europa e América do Norte.
A Rússia se opõe consistentemente à ideia de que a Ucrânia se torne membro da Otan, temendo que isso traga forças da aliança militar para mais perto de suas fronteiras.
Zelensky enfatizou ainda que seu foco está na segurança da Ucrânia agora, e não daqui a 20 anos, deixando claro que não é seu "sonho" permanecer presidente por uma década.
O ucraniano também se pronunciou sobre as exigências dos Estados Unidos por uma participação nos minerais de terras raras da Ucrânia — um "acordo" que Trump afirmou refletir a quantidade de ajuda que os EUA forneceram ao país durante a guerra.
Inicialmente, Zelensky rejeitou essas exigências, mas agora afirma: "Estamos prontos para conversar sobre minerais" com os americanos. "Estamos prontos para compartilhar", mas ressalta que os EUA precisam fazer Putin "acabar com esta guerra".
Ele reitera que a Ucrânia precisa de garantias de segurança, e que os acordos preliminares oferecidos até agora não são o que o país deseja.
Ainda assim, Zelensky afirma que as negociações estão avançando.
Negociações de paz
Em meio às conversas entre Rússia e EUA, a Casa Branca mandou o enviado especial à Ucrânia, Keith Kellogg, para se encontrar com Zelensky na quinta-feira.
Ele adotou um tom diferente de Trump, e chamou Zelensky de "líder corajoso", afirmando que os dois tiveram "discussões positivas". Em pronunciamento à nação, Zelensky declarou, por sua vez, que o encontro havia restaurado a "esperança".
Há informações ainda de que os EUA e a Rússia estariam avaliando a possibilidade de uma reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, mas o Kremlin afirmou que nenhuma decisão foi tomada ainda.
Enquanto isso, os EUA estão se opondo a chamar a Rússia de "agressor" em uma declaração do G7, grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, para marcar três anos da invasão em grande escala da Ucrânia, conforme noticiou a imprensa internacional.
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