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Delegação dos EUA cancela conferência de imprensa com enviado de Trump e Zelenskyy

📸 Direitos de autor Press Service Of The President Of Ukraine via AP


A conferência de imprensa com Keith Kellogg e o presidente ucraniano foi cancelada em Kiev, esta quinta-feira, apenas um dia depois de Trump ter apelidado Zelenskyy de “ditador” e criticado a sua liderança.

 


Uma conferência de imprensa que seria protagonizada pelo enviado do presidente Donald Trump para a Ucrânia e o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, foi cancelada esta quinta-feira, a pedido da delegação dos EUA, de acordo com funcionários de Kiev.


Zelenskyy e o antigo general americano Keith Kellogg, enviado especial de Trump para a Ucrânia e a Rússia, deveriam falar à imprensa após a reunião entre ambos na capital ucraniana.


No entanto, o evento foi cancelado, segundo informou o porta-voz do presidente ucraniano, Serhii Nikiforov.


A viagem de Kellogg a Kiev coincidiu com uma recente troca de acusações entre Trump e Zelenskyy, que levou Trump a chamar Zelenskyy de "ditador", lançando mais dúvidas sobre o futuro do apoio de Washington à Ucrânia, numa altura em que a invasão russa continua em curso.


"Adoro a Ucrânia, mas Zelenskyy fez um trabalho terrível, o seu país está destroçado e milhões de pessoas morreram desnecessariamente", referiu Trump, numa publicação na Truth Social, na quarta-feira.


"É melhor que Zelensky aja depressa ou não lhe restará um país", acrescentou.


As palavras duras de Trump vieram em resposta a uma declaração anterior de Zelenskyy, que disse que o presidente dos EUA estava a viver no "espaço de desinformação" da Rússia, após alegações de Trump que davam conta de que o papel de Zelenskyy como chefe de Estado seria ilegítimo devido à ausência de eleições na Ucrânia.


Kiev deveria realizar eleições presidenciais em março ou abril de 2024, o que concluiria o primeiro mandato de cinco anos de Zelenskyy. A votação foi adiada porque a Constituição do país não permite a realização de eleições durante a lei marcial, que foi declarada em 24 de fevereiro de 2022, dia em que a Rússia lançou a invasão total da Ucrânia.


O Kremlin procurou repetidamente usar este atraso para retratar Zelenskyy como "ilegítimo", uma alegação rejeitada por Kiev como sendo uma distorção da constituição.

No sábado, durante a Conferência de Segurança de Munique, o presidente ucraniano disse estar aberto a discutir a realização de eleições na Ucrânia, mas que isso não é algo que os seus compatriotas queiram, devido à preocupação de que o levantamento da lei marcial possa enfraquecer a defesa do país.


"Estou a concentrar-me na sobrevivência do nosso país. É o que tenho feito ao longo do meu mandato", afirmou.


O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, defenderam Zelenskyy, afirmando que foi democraticamente eleito.


Starmer e o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que também manifestou o seu apoio à liderança de Kiev, deverão deslocar-se à Casa Branca no início da próxima semana para discutir a guerra da Rússia na Ucrânia.


Credito: Euronews

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