- Valor negociado seria superior a R$ 24 milhões; representante comercial da empresa foi preso em flagrante pela PF
A empresa ligada a um saque de R$ 1,1 milhão em Belém (PA), que resultou na prisão em flagrante de duas pessoas, já venceu 33 licitações municipais no Pará somente em 2021.
Segundo as investigações do caso, conduzidas pela Polícia Federal (PF), a soma dos valores negociados superaria os R$ 24 milhões. Parte significativa do montante teria como fonte principal recursos do governo federal.
Desde 2020, a empresa teria participado de cerca de 57 procedimentos licitatórios.
Como mostrou a coluna, dentre os presos está Jacob Serruya Neto, ex-assessor do deputado Antônio Doido (MDB-PA). Ele foi exonerado dois dias após ser preso com os valores. O outro detido é representante comercial da empresa.
Depois do flagrante, a PF instaurou um inquérito para apurar possível crime de corrupção e lavagem de dinheiro. O objetivo do saque seria o pagamento de propina para servidores públicos.
“O saque de alto valor em espécie é indício de lavagem de dinheiro e a corrupção foi configurada no momento em que o representante comercial de uma empresa, envolvida em diversas licitações com órgãos públicos, repassou o dinheiro ao assessor parlamentar, um servidor público”, disse a PF ao notificar as prisões.
Conforme relatado em denúncia anônima, o saque milionário seria realizado a partir da conta da empresa, em 17 de janeiro, em uma agência do Banco do Brasil na rua Senador Lemos, na capital paraense.
Ao averiguar a denúncia no local, agentes da PF avistaram um carro branco, do modelo Hilux, em frente à agência bancária. A proprietária do veículo, segundo a investigação, atuaria como representante em licitações.
De acordo com a corporação, o representante comercial teria recebido uma quantia de dinheiro em uma sala dentro da agência bancária, colocando-o em uma mochila preta identificada na vigilância realizada dentro do banco.
Na sequência, ele teria encontrado Serruya e repassado ao ex-assessor a mochila “que continha várias sacolas plásticas com dinheiro em espécie, compostas, principalmente, por notas de 200 reais, que, a olho nu, aparentava ter cerca de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)”, segundo o relatado.
A PF ainda relata que durante a busca realizada dentro da Hilux foi encontrada “expressiva quantia” em espécie, no valor de R$ 100 mil.
Depois de uma audiência de custódia, tanto Serruya quanto o representante foram soltos e responderão ao crime em liberdade.
A coluna falou com Jacob Serruya Neto por telefone. Ele disse que não quer se manifestar sobre o caso.a
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