Neste 24 de fevereiro de 2025, data em que a guerra na Ucrânia completa três anos, jornais franceses analisam o momento crítico que o país europeu atravessa, desde a chegada de Donald Trump na Casa Branca e a aproximação do republicano com o presidente russo, Vladimir Putin. Até o momento, Trump e Putin têm discutido as condições para um acordo de paz em termos favoráveis a Moscou, sem o envolvimento direto do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e dos europeus.
O jornal Libération traz uma edição especial sobre a Ucrânia. "No terceiro aniversário dessa guerra trágica, o país sofre um cerco da ganância de Trump e do imperialismo infindável de Vladimir Putin", aponta o diário progressista. Em 11 páginas de reportagens, o Libération mostra como os moradores do Donbass, no leste, foram "expropriados de suas casas, suas terras e sua língua".
Em Mairupol, conquistada pela Rússia há dois anos e meio, 8 mil combatentes ucranianos presos sofrem torturas, como relata ao jornal, um prisioneiro libertado em outubro passado. Em outra reportagem, o Libé mostra as batalhas judiciais que oligarcas russos têm promovido em tribunais europeus para recuperar seus bens congelados pelas sanções aplicadas pela União Europeia devido à invasão russa.
Para o Le Monde, a pressa de Donald Trump em impor uma negociação ditada por Putin traria duras consequências às futuras gerações na Ucrânia, impacto sobre as riquezas e a segurança do país.
O jornal francês relata em detalhes a sequência de fatos que deixou Trump furioso em 12 de fevereiro, quando Zelensky tentou ganhar tempo e se recusou a assinar um documento de uma página, levado a Kiev pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bensett, em que a Ucrânia cedia aos Estados Unidos a metade de suas terras raras, como são conhecidos os solos ricos em minerais estratégicos – lítio, urânio, grafite, titânio –, fundamentais para a indústria de novas tecnologias e de energia nuclear.
Naquele dia, diante da chantagem de Scott Bensett, Zelensky frustrou o presidente republicano, que não suporta quem resiste a ele. Trump passou a agredir verbalmente o ucraniano, chamando-o de "ditador". "Numa tentativa de extorsão sem precedentes, Trump queria ficar com a metade dos US$ 500 bilhões das terras raras da Ucrânia", destaca o texto.
Segundo o Le Monde, Zelensky expressou "coragem pessoal e a defesa dos valores ocidentais" em outras ocasiões, por exemplo, ao apoiar, no fim de 2019, o primeiro processo de destituição de Trump no Congresso americano.
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