Os manifestantes exigiram o regresso às suas aldeias no sul do país que, de acordo com as tréguas assinadas com o Hezbollah, devem ser abandonadas hoje pelos combatentes israelitas a favor do exército libanês.
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Israel disparou contra dezenas de manifestantes que exigiam o cumprimento do cessar-fogo assinado com o Hezbollah e negociado com os EUA, a França e o próprio Líbano no final de novembro.
Pelo menos 15 pessoas foram mortas e 80 ficaram feridas em aldeias perto da fronteira sul com Israel, segundo a Associated Press e o jornal israelita “Haaretz”, citando fontes do Ministério da Saúde libanês.
Os manifestantes exigiram um regresso seguro às suas casas após as repetidas violações por parte de Israel das tréguas assinadas. A trégua prevê a retirada das forças militares do Hezbollah e de Israel do sul do Líbano e o regresso das tropas libanesas à zona no prazo de 60 dias a contar da assinatura do acordo. Este prazo terminou no domingo.
Os manifestantes civis libaneses reuniram-se em várias aldeias fronteiriças para protestar contra a recusa de Israel em retirar-se do Sul do Líbano. Alguns deles transportavam bandeiras do Hezbollah.
O exército israelita acusou as forças governamentais libanesas de serem lentas a posicionar-se no sul, justificando a sua necessidade de permanecer na zona. Telavive confirmou hoje que não cumprirá o prazo de retirada.
Presidente libanês e ONU condenam os acontecimentos
A soberania e a integridade territorial do Líbano não são negociáveis e eu estou a acompanhar esta questão ao mais alto nível para garantir os vossos direitos e a vossa dignidade”, declarou o presidente libanês, Joseph Aoun, ao povo do Sul do Líbano no domingo.
O exército libanês, numa declaração separada, disse que está a escoltar civis em algumas cidades da zona fronteiriça e apelou aos residentes para que sigam as instruções militares para garantir a sua segurança.
A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, e o chefe da força de manutenção da paz da ONU conhecida como UNIFIL, tenente-general Aroldo Lazaro, apelaram, numa declaração conjunta, a que tanto Israel como o Líbano cumpram as suas obrigações nos termos do acordo.
“O facto é que os prazos previstos no acordo de novembro não foram cumpridos”, lê-se na declaração. “Como se viu tragicamente esta manhã, as condições para o regresso seguro dos cidadãos às suas aldeias ao longo da fronteira ainda não estão criadas.”
Na aldeia de Aita al Shaab, relata a AP, algumas famílias que ousaram regressar vagueiam pelos restos das casas que abandonaram há meses. Não havia forças israelitas nas imediações.
“Estas são as nossas casas. Não importa o quanto eles destruam, nós reconstruiremos”, diz Hussein Bajouk, um dos residentes que regressaram apesar dos riscos.
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