- Festival Mulher Cervejeira amplia a conexão entre consumidoras e produtoras de cerveja, além de incentivar o protagonismo feminino em diversas áreas
Foi com o propósito de fortalecer a presença feminina no setor cervejeiro que cinco mulheres decidiram criar um projeto diferente em Porto Alegre. Camila Jacoby, Daniela Berquo, Michelle Vieceli, Tais Suhre e Julia Borella uniram suas paixões e lançaram, em dezembro de 2019, a primeira edição do Festival Mulher Cervejeira.
Além de ampliar a conexão entre consumidoras e produtoras de cerveja, o evento surgiu com o objetivo de valorizar o trabalho de mulheres em diferentes áreas, como no empreendedorismo, através de uma feira com expositoras de diferentes segmentos, e também na música.
“Nossa equipe é quase 100% feminina, do atendimento dos caixas até a segurança”, conta Camila Jacoby, sommelier de cervejas, cozinheira e co-fundadora da Pitanga Gastronomia.
Alguns detalhes se destacam em um festival pensado por mulheres do início ao fim. Um deles é a escolha de um pátio fechado, como o Museu Joaquim Felizardo, na Cidade Baixa, o que facilita a participação das mães que precisam levar crianças pequenas. “A gente sentia que os eventos não eram pensados para mulheres nesse aspecto”, comenta.
Ela enfatiza como a presença de uma equipe feminina contribui para um ambiente mais acolhedor: “As mulheres se sentem mais à vontade para perguntar detalhes, para mostrar desconhecimento acerca de certas coisas sem medo de serem vistas como burras.”
Enquanto para as participantes é uma experiência de lazer, para as produtoras, esse projeto, que já se encaminha para a 6ª edição, se consolida como um importante espaço de conexão. “Não é que a gente não exista, mas faltava ter esse ponto de encontro”, diz.
As mulheres foram responsáveis pelo aumento do consumo de cerveja no Brasil em 2021, segundo dados do Consumer Insights, realizado pela Kantar. Elas representam 11% das empresárias do setor, de acordo com o 1º Censo das Cervejas Independentes Brasileiras, feito pelo Sebrae em 2019. Embora o número seja pequeno, é significativo considerando o domínio masculino no mercado de bebidas alcoólicas.
“Elas começaram a aparecer mais. Já estavam encabeçando vários projetos, mas ainda não eram protagonistas. Hoje em dia, não só no Sul, como no Brasil, de maneira geral, vemos mulheres à frente de muitos projetos”, afirma Camila, citando a Japas Cervejarias, de São Paulo, como uma das inspirações do grupo.
Quem decide ir ao festival pode chegar com a certeza de que vai encontrar uma variedade de cervejas que atendem aos mais diferentes paladares. É a oportunidade ideal para experimentar variações da bebida e esclarecer dúvidas diretamente com as produtoras.
“No stand, perguntamos o que a pessoa gosta e o que está esperando. Em poucos minutos, tentamos passar adiante a informação para que ela consiga ter um pouco mais de autonomia quando for escolher a cerveja em um bar”, explica.
Duas marcas artesanais sempre têm presença confirmada: a Oripacha, com Julia Borella como sócia, e a DaLuz, da co-fundadora Michelle Vieceli. Quando uma nova cervejaria é convidada, é feita uma análise cuidadosa para avaliar a participação feminina na marca: “Se tem mulher na fábrica, olhamos onde ela está, se é operadora ou se faz parte do quadro de sócios. Isso é bem importante para nós.”
🍺 Para colocar na agenda
Uma edição especial está sendo preparada para celebrar os cinco anos do Festival Mulher Cervejeira. O evento gratuito está marcado para o dia 16 de março, das 13h às 20h, no Museu Joaquim Felizardo (Rua João Alfredo, 582).
Além de oito torneiras de cerveja, com opções sem álcool e um drink exclusivo criado para a ocasião, a programação ainda conta com gastronomia diversa, música ao vivo e feira com empreendedoras de moda e artesanato. A banda Paula Martini Soul Fellas é a atração confirmada. A dica é convidar a família e os amigos, levar canga ou cadeira de praia e aproveitar o festival ao máximo.
Credito: Correio do Povo
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