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Defesa de Bolsonaro vai pedir que a delação premiada de Mauro Cid seja anulada

📸 O depoimento do militar foi usado como base da denúncia oferecida pela PGR contra Bolsonaro./Foto: Alan Santos/PR


O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, afirmou nessa quinta-feira (20), que vai pedir a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid. O depoimento do militar foi usado como base da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente e mais 33 acusados de tentativa de golpe.

 


“Evidentemente que sim”, disse o advogado quando questionado pela jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, se iria pedir anulação de delação. “O surpreendente é que eu tenha que pedir a anulação. Nós estamos tratando de um processo de golpe de estado que seria um golpe no estado democrático”, completou Vilardi.


O ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo das delações de Cid na quarta-feira (19). Nesta quinta, os vídeos dos depoimentos de Cid foram disponibilizados à imprensa. Na entrevista, Vilardi criticou a condução de Moraes em depoimentos dados por Cid.


“O ministro marcou uma audiência para salvar a delação. Pode isso? O juiz da causa pode dizer para o colaborador que, se ele não falar a verdade, ele vai ser preso e perde a imunidade para a sua filha, para sua mulher e para o seu pai? O juiz pode fazer o papel de instrução no processo acusatório? Precisamos discutir isso”, afirmou.


Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.


Além do ex-presidente, a PGR também denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-ministro general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros 31 pelos crimes de Golpe de Estado; Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; e Organização Criminosa.


O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma “falsa realidade de fraude eleitoral” para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de “fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022”.


A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.


Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. Também alegou ter recebido com “estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República”.

Credito: O Sul

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