A cimeira extraordinária dos líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia em Bruxelas, marcada para discutir os novos objetivos de investimento na defesa conjunta, começou com uma reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.
Os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia já estiveram reunidos com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, no arranque desta cimeira extraordinária, em Bruxelas, convocada para discutir os passos que a União Europeia deve dar para se rearmar.
O debate entre os dirigentes da UE e Zelenskyy durou cerca de uma hora e meia e centrou-se na diplomacia e na defesa, de acordo com um alto funcionário da UE, que descreveu as conversações como “abertas”.
“O presidente Zelenskyy atualizou os líderes sobre a situação no terreno, os seus esforços diplomáticos em curso e as expetativas para o futuro com vista a uma paz justa, abrangente e duradoura”, disse o alto funcionário.
Numa publicação nas redes sociais, o líder ucraniano enumerou alguns dos temas que abordou com os 27 líderes: a entrega de sistemas de defesa aérea, armas e munições, a assistência à indústria de defesa da Ucrânia, o processo de adesão e as sanções contra a Rússia.
Zelenskyy reiterou a mensagem de gratidão que tinha manifestado à chegada a Bruxelas: "É bom sentir que não estamos sozinhos", disse.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, reforçou a importância desta cimeira: "Este é um momento decisivo para a Europa e para a Ucrânia como parte da nossa família europeia. A Europa enfrenta um perigo claro e presente e, por isso, tem de ser capaz de se proteger, de se defender, tal como nós temos de colocar a Ucrânia em posição de se proteger e de pressionar por uma paz duradoura e justa", disse.
A discussão principal baseia-se na proposta de Ursula von der Leyen de levar os Estados-membros a gastar até 800 mil milhões de euros nos próximos quatro anos para reforçar as suas defesas.
Mette Frederiksen, primeira-ministra da Dinamarca, é das mais entusiastas defensoras da proposta de Von der Leyen: "A coisa mais importante agora é rearmar a Europa. Penso que não temos muito tempo. Temos de gastar na defesa e na dissuasão". declarou.
As opiniões são múltiplas, incluindo as divergentes entre os líderes da UE. A pressão é igualmente grande sobre cada um deles para mostrar aos europeus e ao resto do mundo a realidade da aliança e da unidade da UE.
Montenegro vê "oportunidade de desenvolvimento" no rearmamento europeu
À chegada a Bruxelas para esta cimeira extraordinária, o primeiro-ministro português Luís Montenegro disse que o rearmamento da Europa era uma oportunidade económica. Montenegro quer que Portugal atinja a meta de 2% do PIB dedicados à defesa: “Investir mais na área da defesa também significa investir mais na nossa capacidade industrial, investir na criação de emprego, criação de tecnologia, oportunidades de negócio”, disse.
No ano passado, segundo estimativas da NATO, Portugal investiu quase 4,3 mil milhões de euros no setor — cerca de 1,55% do PIB português e a maior percentagem dos últimos dez anos.
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